terça-feira, 5 de maio de 2009

Sonho, sangue e América do Sul


Talvez haja sempre a mesma quantidade de motivos para ficarmos felizes e para ficarmos tristes. O estado de espírito que vai dominar está apenas na conjuntura dos fatos que nos cercam e na maneira de percebê-los. Já pensei que a humanidade é tao trágica que nunca há motivos para sorrir. Outras vezes percebo que a própria tristeza nao se justifica sem a felicidade que nos habita. E nessa dialética contínua, em que tristeza já é felicidade e vice-versa, mas nunca as duas ao mesmo tempo, seguimos buscando sentido para as coisas que fazemos.

Pensei que o tango canta a tristeza e a beleza de forma triste. É doído, trágico. O samba, ao contrário, canta a tristeza e a beleza com alegria, faz do desepero uma esperança. É filho da dor, mas pai do prazer. Entre os dois está algo que só divisamos se nos permitimos ser quem realmente somos. Se nos percebemos nos olhos dos outros. Eu quero a esperança de olhos puxados, numa esquina de Buenos Aires. Tenho quase 25 anos.

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