quarta-feira, 15 de abril de 2009

Soy Cuba

"Las taras del pasado se transladan al presente en la conciencia individual y hay que hacer un trabajo continuo para erradicarlas. (...) En momento de peligro extremo es fácil potenciar los estímulos morales; para mantener su vigencia, es necesario el desarollo de una conciencia en la que los valores adquieran categorías nuevas. La sociedad en su cojunto debe convertirse en una gigantesca escuela."
Che

Tenho muito a aprender sobre Cuba. Tenho inclusive que conhecer Cuba com meus próprios olhos e sentimentos vivos. Mas, desde já, algo é possível dizer sobre a pequena grande Ilha. Não houve no Ocidente nada que se assemelhasse à Revolução Cubana. Não falo do destemor e heroísmo que conduziu uns poucos barbudos ao controle de Sierra Maestra e, depois, de todo o país. O que impressiona é perceber que todos os sonhos que hoje chamamos utopia foram, em algum momento, realizados concretamente em um pedaço do mundo, em um trecho da História. Cuba não pode ser confundida com o socialismo real do Leste Europeu. Mesmo os soviéticos que visitaram a Cuba revolucionária em seus primeiros anos se depararam com algo novo, surpreendente aos seus olhos. A revolução dos trópicos era mais humana. Não havia o desejo expansionista típico dos outros países capitalistas e do bloco soviético. Não havia o desejo nem a chancela social ao imperialismo, à diferenciação de povos e indivíduos, antes o contrário. Não havia em Cuba, talvez por carência material, do lógica produtivista e industrialista que caracterizaram outros regimes ditos comunistas. Não havia exploração de indivíduos sobre os outros. Havia, de fato, uma sociedade sem classes em construção.

Cuba transformou-se numa sociedade em que todos faziam o que faziam não pelo intermédio único de seus interesses, não pelas exigências do mercado. A sociabilidade era direta, imediata. Intelectuais cortaram cana, gente de todo o país participou das campanhas de alfabetização. A consciência de que todos precisavam trabalhar por todos era tácita. Pairava no ar o espírito de um novo homem e de uma nova sociedade que estavam por ser construídos. A verdade foi pronunciada de forma clara e o povo mudou sua história. Provou que não há apenas um caminho, que a história não tem fim. Nem tudo saiu como se esperava, mas a consciência cubana é a maior prova de que a revolução venceu. Ao mesmo tempo, a derrota da revolução pelo mundo e pela História apenas confirma que ela foi vitoriosa. Se o socialismo cubano não pôde ou não poderá resistir ao mundo capitalista, isso apenas atesta que a ordem capitalista está errada e que todos devem trabalhar por um novo mundo, onde a humanidade será definitivamente vitoriosa. Aos que contestam a revolução, respondo que, não fosse ela, Cuba seria hoje mais uma ilha miserável e colonizada da América Central, como o Haiti ou a República Dominicana, seus vizinhos.

O socialismo será uma nova ordem na qual massas inteiras da população não serão supérfluas, como são hoje na América Latina e na África, por exemplo. Uma ordem em que a pobreza e a miséria não serão mero apêndice dos caprichos burgueses, para o qual o máximo permitido é um tanto de caridade e altruísmo baratos.

A realidade está em cada ponto de ônibus, em cada sinal de trânsito, em cada canal de televisão. Se não a vemos, não significa que ela não exista, mas que precisamos mudar nossos óculos. Así se pasó en Cuba. Espero que se pase en todo el mundo.

Um comentário:

Unknown disse...

Bom pontapé inicial. Pode contar com mais jogadores para o time. Ainda não apareceu a torcida para gritar "olé", mas isso não tira a vontade de vencer, de ter "raça". Quem sabe um dia a televisão transmita esse jogo e cumpra um outropapel? Também espero que caiba sujeitosoutros nesse papo de "nego suzinho". Abraço!