quinta-feira, 9 de julho de 2009

Um mestre

Um velho professor, terminando seu cigarro antes de entrar na aula. Socialista de nascimento, fez do ensino sua profissão. Escreveu, leu, tudo em grande quantidade. Está prestes a se retirar. É sua última aula. Reclusão, férias, aposentadoria. Leituras tranqüilas de um velho sábio, terminando calmamente seu cigarro em uma rede ou cadeira de balanço. Toda a atividade de sua vida terminará antes que ele mesmo termine. A sensação de que a vida passou e, ao mesmo tempo, seguirá sem ele. Ficarão as palavras, os sopros de consciência, os rostos iluminados dos discípulos. Cumpriu seu papel, foi mestre, na melhor acepção do termo. Agora, novos ocuparão seu lugar e a história seguirá. Mas ele existiu, definitivamente, existiu. E para aqueles que o ouviram, quando se for, estará mais vivo do que nunca.

Se é possível sentir nostalgia para algo que nunca se viveu, também é possível senti-la por algo que ainda não passou.

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